terça-feira, 23 de novembro de 2010

snowflakes

- Deixa eu te dar um cheiro...
- Opa!
(êxtase)
- E então, eu tô cheiroso né?
- Não, é que tinha um restinho aqui no teu pescoço...
(risos)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

sobre egocentrismo, super-homens, mediocridade e nulidade



O ser humano, em toda a sua grandeza e obras, é um dos objetos mais sem graça de toda a história do universo e isso se resume em toda a sua grandiosa espontaneidade previsível.

Quando estou de birra com o mundo me vêm a cabeça escrever sobre as pessoas que gosto e seus problemas, e nada melhor do que escrever sobre a pessoa que eu mais gosto: eu mesmo.

Em geral todos temos um pouco dos atributos listados no título, inclusive eu. Pequenas quantidades de formas de ser, mas vejo cada indivíduo com uma grande tarja preta na cabeça dizendo tal coisa, e aqui vou falar desses quatro modos de ser, agir e pensar.

O conjunto Egocentrismo &/X Super-homem

É compreensível uma pessoa gostar de si e achar isso tranquilo, é até saudável, mas claramente existe algum problema quando você começa a esquecer que existe toda uma sociedade, por mais caricata que seja. Tudo o que você faz é lindo e ótimo, mesmo sendo todos os os seus atos-fatos pequenos e distantes da realidade e do senso comum. Não procure ninguém. Vendo a vida de uma forma abstrata e em um plano sem objetivo real, sonhando que todos se preocupam com você e buscam no seus pensamentos grandes idéias de algo surreal e miraculoso. Você está no centro da polis e todos estão atentos com os olhares voltados para você, admirando cada passo seu. Esqueça os seus amigos - se é que você tem algum amigo de verdade - eles não estão na mesma vibe sua.
O super-homem é algo incrível. Diz não ter medo de nada e já ter feito tudo. Tocou o céu e voltou. É incrível ele estar naquela situação; se está na merda, pode-se dizer que é a maior merda já ocorrida, mesmo que aos olhos dos demais seres ao seu redor pareça ser uma coisa simples. A sua grandeza não possibilita descer aos pés dos mortais e se dizer como sendo fraco (de caráter), frágil e feio. Tudo é exagerado, por mais fora do contexto em que viva, procura interpretar isso em uma lógica falha e compatível com alguma banalidade só sua.
O egocentrismo e o super-homem, por mais iguais que sejam, não se suportam, pois ambos não dão o braço a torcer em certas situações e cada um interpreta à sua maneira. Para cada um o que o outro pensa sobre determinada situação são coisas banais e de fácil solução. Não aceitam a opinião do outro e isso vai minando aos poucos uma certa relação estável quando bastaria apenas olhar para o lado e realmente querer ouvir.

Mediocridade

Esse caso é pior, pois não há nada a se fazer. Ser mediocre está determinado e é uma idéia para todo o tempo. É uma seara não discutível e sem retorno. Não basta querer retirar uma idéia medíocre quando ela já está tão intrínseca em uma pessoa, não bastam os ditos amigos, nem uma força opositora quando um certo indivíduo está em parcimônia com o que faz. Diz-se diferente, mas o que o difere dos demais? Não são palavras bonitas recortadas e coladas em acordo com o que os outros querem saber, mas sim uma auto-realização - coisa que não se nota. Para o medíocre basta as coisas estarem como estão, qualquer coisa que passe pela sua limitada borda de satisfação pessoal logo é descartada. Querendo se encaixar no contexto do grupo, buscando elementos externos, compactua com as opiniões, deixando de lado uma real mudança de comportamento para uma suposta evolução, já que está muito arraigado a certos valores.

Nulidade

Frente a todos esses costumes adquiridos pelos demais, basta você se abster, deixar isso de lado. Deixe com que o egocêntrico, o medíocre e o super-homem divirtam-se sozinhos. Siga sua vida, mas não esqueça os elementos da corrente - apenas os deixe de lado e busque algo melhor e menos tedioso até eles crescerem.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


Ainda não me recuperei do Macca.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

a queda

Tudo estava perdido. Não tinha mais nada em mãos a não ser alguns trocados amassados e seu próprio destino. Mas que destino tinha? Delírios. A noite não havia lhe caído bem. Com a cabeça baixa ria de uma forma marota olhando para o cigarro entre seus dedos ossudos, brincando com a fumarola que empestava a sala. Hora e meia levantava a cabeça, virava a cabeça para o lado e olhava pela janela o movimento passar. "Não passa ninguém que presta nessa merda" pensava a todo instante. Tinha certeza. Levantou, pegou a caneca e a encheu com água da torneira mesmo. Já não ligava mais para coisas assim, já havia tomado líquidos piores em copos sob condições higiênicas duvidosas; "Dos males, o menor". Mas não se orgulhava disso, muito pelo contrário, não achava isso bonito, não aconselhava. Rumou para o quarto. Debruçou-se no balaiarde da escada e contemplou a sujeira por baixo das unhas, consequência da noite anterior. Simplesmente não entendia aquilo, porque a unha ficava suja, assim como o seus sapatos? Parecia ser um preço pela diversão. "Entre aqui e fique sujo por inteiro" Talvez até a alma, diriam. Subiu as escadas e foi no quarto pegar alguma coisa, mas se esqueceu no momento em que chegou ao cômodo. Analisou os objetos jogados sobre a cama, bateu as cinzas na janela aberta e fitou uma senhora gorda que passava cambaleante sob a marquize do prédio. Ela balbuciava baixinho palavras soltas sem nenhum nexo. Por um momentos quis matá-la, para poupá-la das mazelas da vida. Mas isso era besteira - Às vezes, pensava coisas que pareceriam absurdas se cometidas sem nenhum motivo verdadeiro, em geral tabús. Foi cuidando o andar da senhora gorda até onde a vista da janela permitiu, ou seja, quando ela se perdeu em meio aos letreiros em neon vermelho se apagando e putas baratas se despedindo. Por fim, olhou o passeio lá embaixo e jogou o resto da água. Achou a queda pequena. Talvez sobrevivesse.

sábado, 2 de outubro de 2010

aspirinas

Ele apagou o cigarro na pia com raiva e jogou no vaso. Era mais fácil só tê-lo jogado direto no vaso e puxado a descarga. No banheiro, tirou a roupa e entrou no chuveiro rapidamente. Ligou o chuveiro e deixou a agua só rolar pelo corpo, como se isso fosse levar todos os pecados pelo ralo. A frustação batia. O gosto amargo da noite ainda era latente em sua boca. As bocas que beijou sem compromisso, tudo vinha a sua cabeça em flashes. Cada momento. Queria esquecer. Pegou o sabonete e passou pelo corpo marcado, de outras noites, não da anterior. Eram marcas antigas, de outros dias, não tão fáceis de apagar. Não de apagar só com água. Molhou o rosto e jogou o cabelo para trás, molhado. Aquele banheiro. As paredes antes falavam, antes sussuravam em seu ouvido, mas agora ele só ouvia gritos. Gritos de lamúria. Um choro pesado. Desceram as lágrima pelo rosto, finalmente. Ele pensava porque daquele choro repentino. Seria pena dele mesmo? Ao que tudo indicava era isso mesmo. Pena de não ter conseguido manter uma coisa simples e boba. "Ah, as paredes me confesso... Ninguém quer ouvir os meus desamores monótonos" As luzes ofuscantes ainda sintilavam. Ele ouvia a música ainda em sua cabeça. Pensava a todo momento: "Porque eu fui fazer isso?" As pessoas passavam com seus copos erguidos e conversando alto, e ele lá, parado esperando o telefone tocar, sabendo que ele não ia tocar. Sentado no chão do banho, com as mãos cobrindo a face, já em altos prantos, ouvia o barulho dos pássaros nas árvores despertando se misturando aos barulhos do seu banheiro. Por lá ficou horas, esperando que a água levasse embora aquele sentimento de culpa, que o sabão limpasse os rastro da noite;a very, very foolish mistake. "Veja isso crescer, como um motim". Por uma noite pareceu James Dean, só pareceu. Quando viu que de nada ia adiantar, parou de chorar e puxou uma toalha.

Foi para a velha cama cansada e deitou. Sentia o cheiro nas cobertas. Não sabia se o travesseiro estava molhado por causa do seu cabelo ou pelas lágrimas. Por fim se cansou e caiu no sono.

Acordou, levantou, tomou uma aspirina, colocou a mesma roupa de sempre e foi trabalhar mais um dia como se fosse qualquer outro.

domingo, 26 de setembro de 2010

aqualung, my friend

"Não tenho mapa, não sei quem sou,
Sem copo e com a garrafa na mão, vou para aonde vou"

Nada mais me dá prazer. Acendo um cigarro apenas por acender, não acho mais sabor e sua fumaça não irritam mais meus olhos. Mesma coisa a comida, sempre insípida. Os vagabundos bêbados vagando pelas ruas num barulho totalmente confuso, presos no silêncio de palavras mal ditas pelo passado que não querem lembrar. Roupas sujas e dedos engordurados sempre buscando uma calçada para repousar a cabeça. Insólitas vertigens do alto de uma embriaguez constante. A única luz que ilumina minha vida é a dos faróis dos carros passando.


se Dio esiste, Egli è un ragazzo davvero divertente.


O despertar matutino. Raios de sol que queimam a íris, sempre cansada do excesso da noite passada. Juntar coisas aleatórias pelas vielas sujas, como numa busca incessante por algo que nunca vai achar, mas que está lá esperando. O andarilho despercebido e anônimo, caminhando entre a multidão de rostos sem expressão. Pessoas apressadas, muitas histórias, nenhuma interessante. Mãos calejadas. A cabeça dói, as pernas doem, a alma dói. O poder impotente de levar a vida sem saber quando e/ou que fim ela terá.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

os recalques de sábado a noite


Sou uma pessoa que reclama de muitas coisas mas, apenas por reclamar. Se sou preconceituoso em algum momento não é por crueldade mas, sim porque percebo ser um tema tão ridículo de se comentar que uso o meu melhor humor: o irônico.

Adoro ironia. É algo baixo, vil, rude, e por isso mesmo cabe perfeitamente a ser usado em certas situações em que o óbvio não é notado (ou não?).

Mas dos poucos assuntos em que eu não uso nenhuma ironia ao falar é quando falo de Torres.

Ah, Torres! Por onde começar? São tantas as notas mentais colecionadas nesses 4 quase 5 anos em que fiquei preso na areia movediça. Cada vez que penso naquele lugar fico me perguntando porque esperei tanto tempo para ir embora. Nutro um asco terrível daquele lugar e agora vou dizer o porque. Ao contrário do que as pessoas falam, sim, isso é uma coisa bem pessoal.

Et urbis: Uma bela paisagem jogada as mãos de pessoas gananciosas onde,ao invés de se juntarem e lutar pelo progresso da comunidade, ficam se espezinhando e se metendo na vida alheia. Isso é coisa feia. O comércio só favorece as épocas de veraneio, a prefeitura não reconhece as necessidades da cidade; arruma a cidade apenas em períodos festivos e também no verão. Um dos IPTU's mais caros do litoral e não se vê retorno em benefício da cidade.

O que se vê: A máquina pública sendo administrada pelos mesmo barões de sempre, que cada vez ficam com os bolsos mais "GORDOS" - se me permitem a ironia não tão sutil.

Et societatis: Quando uma pessoa diz que quer prosperar em um ambiente, mas não liga para os demais não é de toda a força que ela é um tanto quanto egocêntrica; Mas também não quer dizer que ela pensa nessa situação se sobrepondo sobre os demais de uma forma mesquinha ou baixa, coisa que ocorre nos pequenos centros.
Todos se conhecem e sabem muito quais suas funções na sociedade, mas na nossa mais bela e anacrônica cidade do litoral gaúcho esse pensamento vai além, já que todos controlam sua vida mesmo não querendo que isso aconteça consigo.
Exemplo: Fato. "B" está tendo um relacionamento extra-conjugal com "A". Fato. Todos comentam que está acontecendo alguma coisa, todos sabem. Boato. A cidade comenta a situação. Conseqüência. Todos sabem menos os indivíduos. Fofoca baixa.
Isso quando as pessoas não criam intempéries de qualquer forma pelo desenvolvimento de gente da comunidade. É só ver aquele blog "Gossip Girl Torres". Não existe mais forma de não apego pela questão indivíduo e sua capacidade de ir e vir sem ter preocupação. É um policiamente constante do outro apenas para espezinhar e trazer benefício próprio. Mesmo que alguns falem que isso é o comportamento de apenas um indivíduo, eu digo que isso é o reflexo claro e deturpado de toda uma situação. Se jovens fazem isso sem com todo um desprendimento pelo próximo como não julgar os adulto, que provavelmente passam esse sentimento como o ideal, e, por analogia, incentivam para a perpetuação desse sentimento.
Quando falam que as pessoas fazem o mesmo em cidade grande e talvez com maior freqüência não discordo, mas então penso da seguinte forma: realmente isso pode acontecer, mas a diferença é que em uma metrópole existem mais pessoas, que se vêem menos e onde a opinião não é tão considerada como em um círculo menor. A opinião pessoal tem maior impacto do que a interna.

Por último, há um tempo atrás fiz uma lista dos locais em Torres e arredores e o seu "tipo específico de freqüentador". A lista está desatualizada, mas refletia o sentimento da época.

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GUIA DA VIDA SOCIAL DE TORRES

" - ...Hum? Que vida, amigo?"

Ahhh, a Cidade de Torres!. Você deve estar pensando nas belas praias cheias daquela areia que entra na sua cueca quando você entra naquele lindo mar marrom-chocolatão, mas saiba que não é só isso que Sim, esse imperdível utilitário para você desbravar a vida social nesta que é, de fato, a mais bela praia gaucha.
Claro que este artigo não foi escrito pela Revista Veja, mas você também não deve acreditar cegamente sobre tudo que está descrito nele.
Deste lugar abandonado pelos porto-alegrenses, infestado de caxienses e aproveitado pelos argentinos que não tem virtù (dinheiro) de ir até Canasvieiras.


Pub da Ilha - Lugar do pagode. Basicamente é isso.
Nivel social: médio, varia conforme o dia.
Musica que toca: Pagode, Dãã!



Bulldog - Local aberto perto da praia onde as pessoas vão relaxar após um dia de surf nos Molhes. Aberto apenas no verão.
Nivel social: médio-alto.
Musica que toca: surf music.



Bora Bora - Antigo Dado Bier, casa de mais tradição na cidade. No verão é visto todo tipo de elemento freqüentando a casa, até existe um certo nível. Durante o inverno total decadência. Lugar onde a Rafa se reúne...
Nivel social: baixo, comem mocotó e arrotam caviar.
Musica que toca: Qualquer uma, ninguém está ligando mesmo.



Bandolo’s - O local alternativo de Torres. Roqueiros e similares se agrupam nas proximidades para beber um whisky do papai e se achar o tal. Bebem muito, brigam e choram, mas ninguém come ninguém.
Nivel social: playboys metidos a punk.
Musica que toca: Roquenrou, cara! Mas se você fala sobre Led Zeppelin perguntam que raça de cachorro é essa.



Seven - Fora da cidade, só vai quem tem carro ou pede carona. Lugar inóspito, ideal para desovar corpos ao longo da praia e do matagal.
Nivel social: médio, mas quem tem um Chevette consegue chegar.
Musica que toca: 1º piso funk das popozudas, 2ª piso um pagode maroto.
Dica extra: existe uma carrocinha de cachorro quente que consegue, por incrível que pareça, fazer com que uma simples iguaria como um cachorro-quente seja digamos... intragável.


Balonismo- A pergunta nunca é “quem vai tocar esse ano no festival?” mas sim “quem vai morrer esse ano no festival?”



Saloon - O nome é bem sugestivo, afinal de contas, é lá que você deve ir se curte azarar tias pistoleiras. Aconselhável pra quem tá na casa dos 30.
Nivel social: Pessoal mais velho bem resolvido e gente da grota.
Musica que toca: 80's, rock, música folk brasileira, vulgo sertanejo. Nesse caso sertanejo-universiotário.



Jaws - Antigo Alemão Nei



Posto Pitt Stop - Se não tem nenhuma opção na noite, venha para o Pitt, tome um pouco de álcool, aspirando vapores de enxofre e ouvindo os ultimos hits de todos os tempos da última semana.
Nivel social: qualquer um que tenha grana pra comprar bebida na loja de convêniencias, que diga-se de passagem, é bem careira.
Musica que toca: Os dos sons dos carros.



Sapo - A diversão da rapazeada, a Tia Carmem do litoral norte. Sacou?
Nivel social - Se tem grana não importa.
Musica que toca - Literalmente, "bate-coxa".



Prainha - Se num domingo de tarde você está em solo torraquêo só existe duas palavras a serem ditas: CHIMAS NA PRAINHA. Se você não tem nenhuma certeza em sua vida tenha essa apenas, lá você encontra todo mundo. Há quem diga que é uma versão torrense da Redenção, uma comparação feita dentro das suas devidas proporções.
Nivel social - Tamo junto e misturado.
Musica que toca - Desde psy até Leandro & Leonardo.



Vosso Pão - Se tal coisa fosse a tarde na prainha, o complemento de pararã seria ir na padaria Vosso Pão. Um fluxo tão grande toma conta da cidade e todos os caminhos levam a comer um folhado de frango com requeijão. Mas é claro que na verdade todo mundo vai mesmo é pra fazer o social.
Nivel social - Qualquer um que tenha dinheiro para o folheado de frango com catupiry.
Musica - O barulho da registradora e das bocas abrindo e fechando.


Existem ainda outro lugares em cidades próximas, mas estes, estão a anos-luz de manter um certo nível ou média de publico por mais do que alguns eventos.


Estes são points de maior expressão da localidade porque, normalmente "forças ocultas" da cidade, como disse outrora Leonel Brizolla, acarretam o fechamento de qualquer novo boteco.


"Torres : A mais bela cidade anacrônica do litoral norte gaúcho."

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

sexta-feira, no cabaret

Um suposto amor é uma das coisas mais estranhas da natureza humana. Ele é a mesma coisa que aquela azeitona na empada: Está ali, mas não tem função nenhuma. Nem encher a barriga.
Mas a questão aqui não é a barriga e sim o coração. Ou não. Coração coisa nenhuma. O problema todo está no cérebro e suas malditas seretoninas e outros hormônios que nos são produzidos quando estamos com "aquela" pessoa por perto. Ou longe.
É uma coisa que todos nós pensamos e fazemos, mas ninguém presta atenção (ou presta) de quando estamos com alguém o que mais gostariamos de fazer é ficar solteiro. A maioria dos meus amigos sempre falam que gostariam de acabar o namoro ou assemelhados quando estão na dita "coleira" e que, quando estão solteiros ficam chorando com a cara enfiada em um prato de guacamole reclamando da merda em que estão.
Sou o único ser que gosta de ficar o tempo inteiro solteiro? Alguém perdido naquele esquema de sacanagem básica que rola sempre entre os descompromissados? Acho que não. Porque eu, como qualquer outro ser, tenho a plena consciência de que isso não é para sempre e, um dia - tomara que esteja bem distante esse dia - eu vou ter que assumir algum compromisso e parar de farrear como qualquer garoto - sim, não quero ser adulto - para entrar em sagrado matrimônio amém.

Sempre gostei de ser solteiro. Conversar, beber, fumar, tudo sem responsabilidade e, de repente, ir para a casa de alguém, beber mais um pouco, começar o agarra-agarra, tirar a cueca, brincar, dormir, acordar cedo, ir embora sem fazer barulho e repetir a dose no dia seguinte.

Se encontrar um amor eterno fosse uma idéia concreta na vida do ser humano nasceríamos grudado em alguém para nunca mais perdermos de vista. Porque a vista cansa, a bebida bate, você perde o óculos, conhece alguém, faz merda, estraga tudo com uma pessoa legal e as coisas se repetem no outro dia. De novo e de novo...

Enquanto isso, na Bat-Caverna, fico me perdendo nos braços de desconhecidos, porque é melhor acordar de manhã, juntar as coisas e sair de mansinho. Assim ninguém sofre.

(...)

Droga, como eu queria estar namorando!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

megalomaniac


EU me acho o máximo. Não, eu sou, não tenho dúvida disso. Eu sou lindo e poderoso, o que iria querer mais? O mundo eu já tenho em minhas mãos, só que as pessoas - vocês, vermes efêmeros - não sabem disso. Tudo gira em torno da minha pessoa. Eu comecei a suspeitar disso quando era pequeno, em estatura, não no meu máximo poder. Tinha 8 anos e via que todos me apertavam carinhosamente dizendo que eu era a criança mais linda. As pessoas existiam, e ainda existem, apenas para me servir. Todos me traziam doces e brinquedos enquanto as demais crianças ganhavam apenas roupas. Adorava que meus "amiguinhos" pedissem meus brinquedos emprestados apenas para dizer um sonoro não. Era aí que eles pediam por favor e eu com toda benevolência emprestava. Achava aquilo tudo o máximo.

Cresci como qualquer criança e tudo que pedia meus pais me davam. Era tão fácil que não tinha mais graça "brincar" assim. Foi aí que parti para outros campos. Nada nunca era demais. Me entediava rápido com as coisas, até que pedi uma moto para meu pai. Papai passava o dia inteiro fora de casa, sempre chegava cansado e deixava a cargo de minha mãe a função de me dar atenção. Só que minha mãe nunca estava em casa, sempre saía com as amigas para jantas, bailes, eventos sociais etc, e no fim ficava com a governanta, que, diga-se de passagem, era uma anta. E eu aproveitava disso; mandava e desmandava a pobre moça, até que num certo dia ela pulou da janela do banheiro com uma colher de prata dizendo que não aguentava mais. Mente fraca.

Na adolescência foi o despertar de um grande pensador. Frequentava as grandes rodas e todos os olhares eram voltados para a minha ilustríssima pessoa. Todas a garotas e garotos olhavam fixamente para mim, esperando o meu parecer final sobre as coisas. Quem discordasse de mim seria grifado como persona non grata por todos, mesmo os outros não mostrando claramente essa opinião eu sabia que no fundo eles pensavam somente o que eu dizia ser o correto, afinal de contas era eu que pagava as bebidas. Todos viviam (e vivem) ainda apenas para mim. Nada nunca me era o bastante, bancava todas as farras dos meus amigos e sentia prazer por isso, já que eu podia e queria mostrar a inferioridade deles, mesmo eles não tendo conhecimento disso. Era o patrono: das artes, noites, belas companhias etc e nunca tive vergonha de demostrar isso.

Nesse contexto de provedor de informação fui desenvolvendo meu intecto e em certo ponto percebi que toda aquela gente era um atraso em minha vida. EU já estava lá com meus 28 anos e comecei a experimentar novas sensações, novos relacionamentos. Tudo que EU fazia era vanguardista demais e logo me sentia motivado a revolucionar o pensamento com um novo projeto. Mas como impor isso aos demais? Era um grupinho fechado e eu já estava em momentos de euforia seguidos a uma profunda depressão. Me afundei nas drogas, sexo, rock 'n roll e todos aqueles clichês. Viagens de mescalina regado a whiskey durante a tarde, orgias pomposas durante a noite. Meus receptores opióides estavam esgotados. Fazia o que podia e não podia. Até que chegou um ponto em que ninguém mais acreditava no que eu falava, de tudo parecer tão surreal.

Paguei caro por tudo isso, hoje eu percebi que ninguém presta. Mas no dia em que vocês me deixarem sair desse manicômio eu juro que vou dominar o mundo, e aí sim, vão ver como é viver para mim.

sábado, 11 de setembro de 2010

QUANDO EU ME LEVANTAR DESSE SOFÁ IREI CONQUISTAR O MUNDO.
só vou esperar os comerciais.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

meggy-o


a noite quente
me chamando
o frio subindo
pelos pés gelados, suado


uma euforia toma conta de mim
aos ratos, os gatos, me caçando
em ruas escuras, às traças
ele lá sozinho, reparando
na roupas das massas


gastando o tempo num passatempo perigoso
as lâmpadas queimando
o ar em volta das mariposas nos vidros
iluminando aquele que não vê mais a luz
que ele recusa em aceitar


sozinho por escolha própria
parado, admirando o som do silêncio
as garotas de uma vida ébria no comércio.
atravesse a rua e dê uma volta comigo.

domingo, 22 de agosto de 2010

sobre comida e cigarros

São duas coisas com que sem ninguém sobrevive. Está bem, mentira. Sem cigarro as pessoas sobrevivem, mas no meu caso é diferente; sem comida eu sobrevivo (mentira). Mas o ponto em que eu quero chegar é que, falando sobre ansiedade eu comecei a pensar e me falaram algo como " A diferença do vício de fumar para o de comer é que quando você come e , conseqüentemente engorda está exteriorizando essa ansiedade, enquanto com o cigarro ninguém está vendo o seu pulmão. Caso fossemos transparentes seria diferente". Achei interessante essa observação.

O culto ao corpo perfeito chega ao extremo nos dias atuais, cria-se um cultura fundamentalista que busca a beleza a todo custo, mesmo sendo essas atitudes totalmente contrárias à saúde. Não sou à favor dos fumantes, mas também não sou contra. Basicamente é uma questão de informação: se eu fumo é porque quero, mesmo sabendo os danos que isso acarreta. Como gordura trans, trangênicos, não pratico nenhum esporte e nunca fui tão de bem da vida como agora.

Quando era pequeno sempre meus parentes perguntavam aos meus pais se eu não tinha algum problema de saúde porque era chato para comer, magro e dormia demais. Meus pais, embalados por essa preocupação ridícula dos outros, me levavam a nutricionistas que elaboravam dietas e davam suplementos, que eu nunca segui por achar eram coisas supérfluas. Achavam que eu deveria ser gordo, algo de se esperar de uma geração que achava que ser gordo era sinônimo de ser saudável.

Fico na minha. Essa foi e sempre será a minha concepção da opinião das pessoas sobre as minhas atitudes, que são bem definidas: Viva sua vida, ame quem te ama e aproveite ao máximo, faça tudo o que quiser, desde que isso não vá ferir aos demais semelhantes. Nunca Thelema foi tão presente em minha existência.


Não sou lá fã desse tipo de música, mas a letra é sensacional.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

cuspir ou engolir?

Se eu cuspo é por que eu não consigo engolir. E se tem uma coisa que eu não consigo engolir hoje em dia são as pessoas. Elas descem entaladas pela garganta. Não é nem como aquele gole de brandy, que desce rasgando, é algo além; intragável. Mas não é o intragável como o cigarro vagabundo de pedreiro que se compra por alguns cobres em qualquer boteco. É algo muito mais baixo. Agem elas de propósito ao serem assim tão pouco interessantes? Não sei. Oque sei é que é triste. Corpos tão belos, cruzando as minhas vistas, mas poucos atratívos que façam meus olhos (e por que não o meu corpo?) lembrar por apenas uma misera noite de volúpia. Não que seja algo decepcionante, já que a massa é massa. Compartilho com a massa os meus pensamentos na maioria do tempo, mas outra coisa é ter que compartilhar, e querer ter isso por uma eternidade. Posso dizer que é decepcionante, no mínimo.

Quando digo eternidade sou sério, por que todos querem viver para sempre, e, principalmente, amar para sempre. Mas das muitas coisas que eu já me convenci, uma dela é que amar não é para sempre. É mais fácil amar uma casquinha de sorvete do que um outro ser humano pensante durante a nossa eterna vida. Não estou falando de morte, pois morte é uma coisa muito além, e eu não consigo acreditar na vida depois dela. É mais fácil pensar que somos todos um saco de m* ambulante, isso não é negativo, ao menos, pensamos, ou, supostamente alguns pensam (penso OU finjo que o faço).

Certa vez conversava com uma professora - muito inteligente e interessante, por sinal - e discutíamos sobre ser alheio as coisas da vida. Seria melhor ser um burro feliz ou um inteligente infeliz? Ambas respostas eram una: um inteligente infeliz. Mas no fundo eu não sei bem ao certo se não gostaria de ser um burro feliz, já que tantos o são e não ligam. Pego como exemplo as pessoas que não conhecem uma coisa e logo vão a descriminando. Burras. A idiocracia impera sobre a democracia (que também é burra por sinal, mas isso é coisa para outra conversa...) Como dizia Frank Zappa: "O elemento mais abundante não é o hidrogênio, mas sim a ignorância." Compartilho esse pensamento. A ignorância é tal como o verão: um monte de gente suada dançando músicas de gosto duvidoso em um latão de lixo, felizes apenas com a dança, não com no que estão pisando ou fazendo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Aos hipócritas de plantão, uma visão miserável do mundo:

As mulheres, ao querer que seus homens ouçam seus devaneios, buscam no ombro deles as suas implicações da vida.

Todavia, os homens, ao ouvir as mulheres, buscam em cada palavra, fingindo tentar entender as complicações implícitas na cerne feminina, uma ponta de interação numa futura conjunção carnal.

Moral da história: Pode não ser bonito, mas feio também não o é.

domingo, 8 de agosto de 2010

usar óculos é algo chato mas no meu caso necessário para o dia-dia, se bem que não gosto de usá-los. assim não vejo as pessoas me olhando de forma feia e recriminadora.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

you'll regret it

Sobre Porto Alegre e Torres, parafraseando Bogart, no final de sua vida:
I never should have switched from scotch to martinis.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

na borges

Ele estava atravessando a rua enquanto acendia o cigarro. Veio o ônibus e Blan! acertou em cheio.

Eu sempre disse que o fumo iria matar ele um dia.

sábado, 24 de julho de 2010

para Moz


Acordo te procurando, e na cama os seus rastros
da paixão que era só chama
me olhando nos olhos, com o calor dos seus braços


Amos com as flores nos bolsos
esperando você para poder lhe dar
ligo o rádio e ouço sua voz, desligo para te imaginar.


Ando pelas ruas querendo que você me veja
sento num bar, acendo meu cigarro
e sozinho tomo a minha cerveja.


Espero alguém aparecer e me levar para a festa
mas não vejo motivo para aproveitar se não tenho você
pois oque eu mais quero está bem escrito na minha testa


Gastando minhas carícias, meus beijos em outros
fico pensando se não estou ficando louco
Morrendo devagar, pouco a pouco.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

banho

Nunca use cuecas. Elas apertam demais as partes intimas, além de ficarem sujas, velhas e fedorentas. Detesto lavá-las por isso não uso. Prefiro ficar com os sinos badalando que nem Notre Dame. Mas agora imagine um francês. Europeus não tem o hábito de tomar banho com tanta frequência assim como nós americanos. Por falar nisso, qual é a finalidade de tanto banho? Com esses problemas de aquecimento global e caralho à 4, nós não deveríamos economizar os mananciais de água potável do mundo? Que hipocrisia nossa, hein. Os indivíduos que habitam o velho continente pouco ligam para banho, e não por conta das baixas médias de temperatura, mas sim por conta de que água potável na Europa tem um preço elevadíssimo em comparação a nós, já que lá as reservas são bastante limitadas e de grande custo de manutenção. O general Napoleão Bonaparte, grande estadista francês que sabia bem das coisas; contam os historiadores que ele pedia a sua esposa Maria Antonieta que não tomasse banho por que "gostava que ela mantivesse o seu odor natural". Muito cômodo são as roupas descartáveis: colarinhos de camisas, meias, fraldas, camisinhas etc. Usa-se uma ou duas vezes e joga fora.


Existe um relato de Jim Morrisson, legendário vocalista do grupo The Doors, que, ao encontrar um prostituto num parque começou a conversar com ele. Entre um dos assuntos o rapaz comentou o fato de nunca usar roupa íntima já que não era prático por conta de sua profissão. Depois disso Jim Morrisson nunca mais usou roupa de baixo.

Sou a favor da higiene corporal, já que previne vários males contra a saúde. Também sou a favor de tomar uma ducha naqueles dias tórridos de verão em que a temperatura beira os 40 graus Celsius. Mas sou totalmente contra aquela velha história em que a mãe fala para o filho tomar banho antes de fazer determinada coisa. Eu sofri muito com isso na minha infância e acredite, é uma ditadura. Sempre fui um garoto muito asseado, não tinha chulé, ao contrário das demais crianças. Talvez isso no meu sub-consciênte tenha despertado uma raiva por tomar banho, usar cueca, limpar as orelhas e agora como cresci - quase nada - tomei como causa detestar o chuveiro e usar cueca. É uma espécie de contracultura, assim como foi com os hippies anos atrás. Acho que puxei essa coisa de bicho-grilo do meu pai. Por outras vezes se enchia de perfume ou passavaMinancora no sovaco - essas histórias dele são sensacionais! - para não ficar cheirando mal. Era o jeito da época de camuflar o odor, como se isso realmente adiantasse, né.

Outra coisa que adotei e por conta disso estou em frequente litígio com a sociedade é o hábito de fumar. Tá certo que não é lá a coisa mais saudável, mas se eu quero dar minhas baforadas e encher os cofres da British American Tobacco é problema meu e do plano de saúde! Mas essa história fica pra depois...


Se fosse bom a expressão "vai tomar banho" não teria um carácter pejorativo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

starman

Às vezes ele sentia como se não fosse daquele mundo. Olhava para aquela estrela e se sentia vazio, esperando alguém vir buscá-lo. Como se a chuva que caía na noite fria fosse para ele. Se sentia uma astronauta que por mera coincidência do destino aterrisou naquele planeta cheio de vida, sem entender sua real função. Só que ele percebeu que era apenas da sua própria natureza achar aquilo. Terminou o cigarro e se deitou. Botou a cabeça no travesseiro mas não conseguiu dormir com todos aqueles pensamentos povoando sua mente. Tinha coisas demais, nada importante. Veio a manhã e finalmente conseguiu dormir. Sonhou mas não se lembrava do que era. Levantou, colocou a roupa, serviu uma xícara na cafeteira e foi mais uma vez trabalhar.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

vazios volteios virtuosos

É dia, como poucas vezes na minha vida

sua presença é o meu sol, alegria

nos momentos mais tristes,

por entre todas as nossas esfínges

é você que mais persiste.



Na sua presença ninguém desiste.

és forte e meiga, uma jovem guerreira,

nos momentos mais críticos é o coringa.

mas caso você erre com ela: é pedreira

cuidado com a menina; ela se vinga.



No "trabaio", no dia-dia: uma peste.

um amor de guria.


Se fosse viver mil anos que fosse ao lado dela;

Mariana, minha amada, a minha cinderela.



(como dizem os pobres: pode ser simples, mas é de coração, tá!)

Para você, de um amigo que te ama muito e não tem vergonha de dizer isso.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

resolvi criar esse espaço para postar as coisas que escrevo e não tenho coragem de botar no Hail To The King, Baby! já que lá o assunto é essencialmente comédia, e, muitos - senão a totalidade - dos meus pensamentos são mais "introspectivos". sem contar o fato de que nenhum dos colaboradores lá andam se animamando a postar algo novo.
posso dizer que isso aqui é para mim mesmo num trabalho por "baixo da profundidade" e cheio de vaidade. besos.

segunda-feira, 12 de julho de 2010



Ele estava sentado tomando um café quando avistou ela caminhando sozinha naquele vento de cortar. Já sabia por amigos próximos quem e qual era o seu nome: Thelema. Fingiu prestar atenção ao seu livro e acompanhou pelo canto do olho ela se aproximar. Tragou o cigarro pelo canto da boca e acendeu outro com o mesmo. Ela passou apressada pelo vidro e se perdeu na multidão em meio àquela tarde cinzenta. Droga. Deveria ter feito algum gesto para chamar a sua atenção, chamado a atendente ou coisa parecida para faze-la notá-lo.

Perdeu o foco no livro. Sua cabeça começou a ferver. Lembrava a todo instante daquela pinta acima de sua boca carnuda.

A expressão de frustração era evidente em seu rosto. Olhou para o vidro e viu a miragem dela olhando fixamente para ele - coisa que só acontece em filmes. Não era miragem. Ela batia no vidro com se quisesse falar com ele. Embasbacado, sem saber o que fazer, apontou a porta do café, convidando-a a entrar. Tragou forte o cigarro, apagou no cinzeiro e tomou um gole de chá.

- Por favor, sente-se!
- Eu só queria um cigarro.
- Ah! Err... Tudo, tudo bem!


A decepção foi óbvia. De imediato ela sentiu-se constrangida com aquilo. Queria remediar aquele mal-estar causado. Pegou o cigarro, acendeu e deu uma longa baforada.

- Que livro é esse?
- Você não queria só um cigarro? - Perguntou ele, já irritado.
- Sim sim, eu já estou indo...
- Não! Espere! Desculpe, não quis ser rude com você. - Disse também percebendo o que tinha falado.

Merda. Eu queria que ela viesse falar comigo, daí quando tá aqui eu enxoto ela para sair. O que há de errado comigo?


(...)


- Não é nada importante, são só alguns poemas baratos.
- Adoro poemas. Posso dar uma olhada?

Ele só ofereceu, dando os ombros.


Eles nunca haviam se falado antes, sabiam quem eram mas sempre se evitavam. Qual era o problema deles? Medo? Ódio? Que fosse amor...