domingo, 25 de setembro de 2011

queda livre

sinto como se eu quisesse gritar do alto de um penhasco para expressar a minha dor,

só acho que não teria coragem suficiente de continuar em riste ao pé dele e suportar o que eu sinto.

sábado, 1 de janeiro de 2011

the duke

'cause hope, boys, is a cheap thing, cheap thing

terça-feira, 23 de novembro de 2010

snowflakes

- Deixa eu te dar um cheiro...
- Opa!
(êxtase)
- E então, eu tô cheiroso né?
- Não, é que tinha um restinho aqui no teu pescoço...
(risos)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

sobre egocentrismo, super-homens, mediocridade e nulidade



O ser humano, em toda a sua grandeza e obras, é um dos objetos mais sem graça de toda a história do universo e isso se resume em toda a sua grandiosa espontaneidade previsível.

Quando estou de birra com o mundo me vêm a cabeça escrever sobre as pessoas que gosto e seus problemas, e nada melhor do que escrever sobre a pessoa que eu mais gosto: eu mesmo.

Em geral todos temos um pouco dos atributos listados no título, inclusive eu. Pequenas quantidades de formas de ser, mas vejo cada indivíduo com uma grande tarja preta na cabeça dizendo tal coisa, e aqui vou falar desses quatro modos de ser, agir e pensar.

O conjunto Egocentrismo &/X Super-homem

É compreensível uma pessoa gostar de si e achar isso tranquilo, é até saudável, mas claramente existe algum problema quando você começa a esquecer que existe toda uma sociedade, por mais caricata que seja. Tudo o que você faz é lindo e ótimo, mesmo sendo todos os os seus atos-fatos pequenos e distantes da realidade e do senso comum. Não procure ninguém. Vendo a vida de uma forma abstrata e em um plano sem objetivo real, sonhando que todos se preocupam com você e buscam no seus pensamentos grandes idéias de algo surreal e miraculoso. Você está no centro da polis e todos estão atentos com os olhares voltados para você, admirando cada passo seu. Esqueça os seus amigos - se é que você tem algum amigo de verdade - eles não estão na mesma vibe sua.
O super-homem é algo incrível. Diz não ter medo de nada e já ter feito tudo. Tocou o céu e voltou. É incrível ele estar naquela situação; se está na merda, pode-se dizer que é a maior merda já ocorrida, mesmo que aos olhos dos demais seres ao seu redor pareça ser uma coisa simples. A sua grandeza não possibilita descer aos pés dos mortais e se dizer como sendo fraco (de caráter), frágil e feio. Tudo é exagerado, por mais fora do contexto em que viva, procura interpretar isso em uma lógica falha e compatível com alguma banalidade só sua.
O egocentrismo e o super-homem, por mais iguais que sejam, não se suportam, pois ambos não dão o braço a torcer em certas situações e cada um interpreta à sua maneira. Para cada um o que o outro pensa sobre determinada situação são coisas banais e de fácil solução. Não aceitam a opinião do outro e isso vai minando aos poucos uma certa relação estável quando bastaria apenas olhar para o lado e realmente querer ouvir.

Mediocridade

Esse caso é pior, pois não há nada a se fazer. Ser mediocre está determinado e é uma idéia para todo o tempo. É uma seara não discutível e sem retorno. Não basta querer retirar uma idéia medíocre quando ela já está tão intrínseca em uma pessoa, não bastam os ditos amigos, nem uma força opositora quando um certo indivíduo está em parcimônia com o que faz. Diz-se diferente, mas o que o difere dos demais? Não são palavras bonitas recortadas e coladas em acordo com o que os outros querem saber, mas sim uma auto-realização - coisa que não se nota. Para o medíocre basta as coisas estarem como estão, qualquer coisa que passe pela sua limitada borda de satisfação pessoal logo é descartada. Querendo se encaixar no contexto do grupo, buscando elementos externos, compactua com as opiniões, deixando de lado uma real mudança de comportamento para uma suposta evolução, já que está muito arraigado a certos valores.

Nulidade

Frente a todos esses costumes adquiridos pelos demais, basta você se abster, deixar isso de lado. Deixe com que o egocêntrico, o medíocre e o super-homem divirtam-se sozinhos. Siga sua vida, mas não esqueça os elementos da corrente - apenas os deixe de lado e busque algo melhor e menos tedioso até eles crescerem.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


Ainda não me recuperei do Macca.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

a queda

Tudo estava perdido. Não tinha mais nada em mãos a não ser alguns trocados amassados e seu próprio destino. Mas que destino tinha? Delírios. A noite não havia lhe caído bem. Com a cabeça baixa ria de uma forma marota olhando para o cigarro entre seus dedos ossudos, brincando com a fumarola que empestava a sala. Hora e meia levantava a cabeça, virava a cabeça para o lado e olhava pela janela o movimento passar. "Não passa ninguém que presta nessa merda" pensava a todo instante. Tinha certeza. Levantou, pegou a caneca e a encheu com água da torneira mesmo. Já não ligava mais para coisas assim, já havia tomado líquidos piores em copos sob condições higiênicas duvidosas; "Dos males, o menor". Mas não se orgulhava disso, muito pelo contrário, não achava isso bonito, não aconselhava. Rumou para o quarto. Debruçou-se no balaiarde da escada e contemplou a sujeira por baixo das unhas, consequência da noite anterior. Simplesmente não entendia aquilo, porque a unha ficava suja, assim como o seus sapatos? Parecia ser um preço pela diversão. "Entre aqui e fique sujo por inteiro" Talvez até a alma, diriam. Subiu as escadas e foi no quarto pegar alguma coisa, mas se esqueceu no momento em que chegou ao cômodo. Analisou os objetos jogados sobre a cama, bateu as cinzas na janela aberta e fitou uma senhora gorda que passava cambaleante sob a marquize do prédio. Ela balbuciava baixinho palavras soltas sem nenhum nexo. Por um momentos quis matá-la, para poupá-la das mazelas da vida. Mas isso era besteira - Às vezes, pensava coisas que pareceriam absurdas se cometidas sem nenhum motivo verdadeiro, em geral tabús. Foi cuidando o andar da senhora gorda até onde a vista da janela permitiu, ou seja, quando ela se perdeu em meio aos letreiros em neon vermelho se apagando e putas baratas se despedindo. Por fim, olhou o passeio lá embaixo e jogou o resto da água. Achou a queda pequena. Talvez sobrevivesse.

sábado, 2 de outubro de 2010

aspirinas

Ele apagou o cigarro na pia com raiva e jogou no vaso. Era mais fácil só tê-lo jogado direto no vaso e puxado a descarga. No banheiro, tirou a roupa e entrou no chuveiro rapidamente. Ligou o chuveiro e deixou a agua só rolar pelo corpo, como se isso fosse levar todos os pecados pelo ralo. A frustação batia. O gosto amargo da noite ainda era latente em sua boca. As bocas que beijou sem compromisso, tudo vinha a sua cabeça em flashes. Cada momento. Queria esquecer. Pegou o sabonete e passou pelo corpo marcado, de outras noites, não da anterior. Eram marcas antigas, de outros dias, não tão fáceis de apagar. Não de apagar só com água. Molhou o rosto e jogou o cabelo para trás, molhado. Aquele banheiro. As paredes antes falavam, antes sussuravam em seu ouvido, mas agora ele só ouvia gritos. Gritos de lamúria. Um choro pesado. Desceram as lágrima pelo rosto, finalmente. Ele pensava porque daquele choro repentino. Seria pena dele mesmo? Ao que tudo indicava era isso mesmo. Pena de não ter conseguido manter uma coisa simples e boba. "Ah, as paredes me confesso... Ninguém quer ouvir os meus desamores monótonos" As luzes ofuscantes ainda sintilavam. Ele ouvia a música ainda em sua cabeça. Pensava a todo momento: "Porque eu fui fazer isso?" As pessoas passavam com seus copos erguidos e conversando alto, e ele lá, parado esperando o telefone tocar, sabendo que ele não ia tocar. Sentado no chão do banho, com as mãos cobrindo a face, já em altos prantos, ouvia o barulho dos pássaros nas árvores despertando se misturando aos barulhos do seu banheiro. Por lá ficou horas, esperando que a água levasse embora aquele sentimento de culpa, que o sabão limpasse os rastro da noite;a very, very foolish mistake. "Veja isso crescer, como um motim". Por uma noite pareceu James Dean, só pareceu. Quando viu que de nada ia adiantar, parou de chorar e puxou uma toalha.

Foi para a velha cama cansada e deitou. Sentia o cheiro nas cobertas. Não sabia se o travesseiro estava molhado por causa do seu cabelo ou pelas lágrimas. Por fim se cansou e caiu no sono.

Acordou, levantou, tomou uma aspirina, colocou a mesma roupa de sempre e foi trabalhar mais um dia como se fosse qualquer outro.