quinta-feira, 26 de agosto de 2010

meggy-o


a noite quente
me chamando
o frio subindo
pelos pés gelados, suado


uma euforia toma conta de mim
aos ratos, os gatos, me caçando
em ruas escuras, às traças
ele lá sozinho, reparando
na roupas das massas


gastando o tempo num passatempo perigoso
as lâmpadas queimando
o ar em volta das mariposas nos vidros
iluminando aquele que não vê mais a luz
que ele recusa em aceitar


sozinho por escolha própria
parado, admirando o som do silêncio
as garotas de uma vida ébria no comércio.
atravesse a rua e dê uma volta comigo.

domingo, 22 de agosto de 2010

sobre comida e cigarros

São duas coisas com que sem ninguém sobrevive. Está bem, mentira. Sem cigarro as pessoas sobrevivem, mas no meu caso é diferente; sem comida eu sobrevivo (mentira). Mas o ponto em que eu quero chegar é que, falando sobre ansiedade eu comecei a pensar e me falaram algo como " A diferença do vício de fumar para o de comer é que quando você come e , conseqüentemente engorda está exteriorizando essa ansiedade, enquanto com o cigarro ninguém está vendo o seu pulmão. Caso fossemos transparentes seria diferente". Achei interessante essa observação.

O culto ao corpo perfeito chega ao extremo nos dias atuais, cria-se um cultura fundamentalista que busca a beleza a todo custo, mesmo sendo essas atitudes totalmente contrárias à saúde. Não sou à favor dos fumantes, mas também não sou contra. Basicamente é uma questão de informação: se eu fumo é porque quero, mesmo sabendo os danos que isso acarreta. Como gordura trans, trangênicos, não pratico nenhum esporte e nunca fui tão de bem da vida como agora.

Quando era pequeno sempre meus parentes perguntavam aos meus pais se eu não tinha algum problema de saúde porque era chato para comer, magro e dormia demais. Meus pais, embalados por essa preocupação ridícula dos outros, me levavam a nutricionistas que elaboravam dietas e davam suplementos, que eu nunca segui por achar eram coisas supérfluas. Achavam que eu deveria ser gordo, algo de se esperar de uma geração que achava que ser gordo era sinônimo de ser saudável.

Fico na minha. Essa foi e sempre será a minha concepção da opinião das pessoas sobre as minhas atitudes, que são bem definidas: Viva sua vida, ame quem te ama e aproveite ao máximo, faça tudo o que quiser, desde que isso não vá ferir aos demais semelhantes. Nunca Thelema foi tão presente em minha existência.


Não sou lá fã desse tipo de música, mas a letra é sensacional.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

cuspir ou engolir?

Se eu cuspo é por que eu não consigo engolir. E se tem uma coisa que eu não consigo engolir hoje em dia são as pessoas. Elas descem entaladas pela garganta. Não é nem como aquele gole de brandy, que desce rasgando, é algo além; intragável. Mas não é o intragável como o cigarro vagabundo de pedreiro que se compra por alguns cobres em qualquer boteco. É algo muito mais baixo. Agem elas de propósito ao serem assim tão pouco interessantes? Não sei. Oque sei é que é triste. Corpos tão belos, cruzando as minhas vistas, mas poucos atratívos que façam meus olhos (e por que não o meu corpo?) lembrar por apenas uma misera noite de volúpia. Não que seja algo decepcionante, já que a massa é massa. Compartilho com a massa os meus pensamentos na maioria do tempo, mas outra coisa é ter que compartilhar, e querer ter isso por uma eternidade. Posso dizer que é decepcionante, no mínimo.

Quando digo eternidade sou sério, por que todos querem viver para sempre, e, principalmente, amar para sempre. Mas das muitas coisas que eu já me convenci, uma dela é que amar não é para sempre. É mais fácil amar uma casquinha de sorvete do que um outro ser humano pensante durante a nossa eterna vida. Não estou falando de morte, pois morte é uma coisa muito além, e eu não consigo acreditar na vida depois dela. É mais fácil pensar que somos todos um saco de m* ambulante, isso não é negativo, ao menos, pensamos, ou, supostamente alguns pensam (penso OU finjo que o faço).

Certa vez conversava com uma professora - muito inteligente e interessante, por sinal - e discutíamos sobre ser alheio as coisas da vida. Seria melhor ser um burro feliz ou um inteligente infeliz? Ambas respostas eram una: um inteligente infeliz. Mas no fundo eu não sei bem ao certo se não gostaria de ser um burro feliz, já que tantos o são e não ligam. Pego como exemplo as pessoas que não conhecem uma coisa e logo vão a descriminando. Burras. A idiocracia impera sobre a democracia (que também é burra por sinal, mas isso é coisa para outra conversa...) Como dizia Frank Zappa: "O elemento mais abundante não é o hidrogênio, mas sim a ignorância." Compartilho esse pensamento. A ignorância é tal como o verão: um monte de gente suada dançando músicas de gosto duvidoso em um latão de lixo, felizes apenas com a dança, não com no que estão pisando ou fazendo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Aos hipócritas de plantão, uma visão miserável do mundo:

As mulheres, ao querer que seus homens ouçam seus devaneios, buscam no ombro deles as suas implicações da vida.

Todavia, os homens, ao ouvir as mulheres, buscam em cada palavra, fingindo tentar entender as complicações implícitas na cerne feminina, uma ponta de interação numa futura conjunção carnal.

Moral da história: Pode não ser bonito, mas feio também não o é.

domingo, 8 de agosto de 2010

usar óculos é algo chato mas no meu caso necessário para o dia-dia, se bem que não gosto de usá-los. assim não vejo as pessoas me olhando de forma feia e recriminadora.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

you'll regret it

Sobre Porto Alegre e Torres, parafraseando Bogart, no final de sua vida:
I never should have switched from scotch to martinis.