segunda-feira, 15 de novembro de 2010

sobre egocentrismo, super-homens, mediocridade e nulidade



O ser humano, em toda a sua grandeza e obras, é um dos objetos mais sem graça de toda a história do universo e isso se resume em toda a sua grandiosa espontaneidade previsível.

Quando estou de birra com o mundo me vêm a cabeça escrever sobre as pessoas que gosto e seus problemas, e nada melhor do que escrever sobre a pessoa que eu mais gosto: eu mesmo.

Em geral todos temos um pouco dos atributos listados no título, inclusive eu. Pequenas quantidades de formas de ser, mas vejo cada indivíduo com uma grande tarja preta na cabeça dizendo tal coisa, e aqui vou falar desses quatro modos de ser, agir e pensar.

O conjunto Egocentrismo &/X Super-homem

É compreensível uma pessoa gostar de si e achar isso tranquilo, é até saudável, mas claramente existe algum problema quando você começa a esquecer que existe toda uma sociedade, por mais caricata que seja. Tudo o que você faz é lindo e ótimo, mesmo sendo todos os os seus atos-fatos pequenos e distantes da realidade e do senso comum. Não procure ninguém. Vendo a vida de uma forma abstrata e em um plano sem objetivo real, sonhando que todos se preocupam com você e buscam no seus pensamentos grandes idéias de algo surreal e miraculoso. Você está no centro da polis e todos estão atentos com os olhares voltados para você, admirando cada passo seu. Esqueça os seus amigos - se é que você tem algum amigo de verdade - eles não estão na mesma vibe sua.
O super-homem é algo incrível. Diz não ter medo de nada e já ter feito tudo. Tocou o céu e voltou. É incrível ele estar naquela situação; se está na merda, pode-se dizer que é a maior merda já ocorrida, mesmo que aos olhos dos demais seres ao seu redor pareça ser uma coisa simples. A sua grandeza não possibilita descer aos pés dos mortais e se dizer como sendo fraco (de caráter), frágil e feio. Tudo é exagerado, por mais fora do contexto em que viva, procura interpretar isso em uma lógica falha e compatível com alguma banalidade só sua.
O egocentrismo e o super-homem, por mais iguais que sejam, não se suportam, pois ambos não dão o braço a torcer em certas situações e cada um interpreta à sua maneira. Para cada um o que o outro pensa sobre determinada situação são coisas banais e de fácil solução. Não aceitam a opinião do outro e isso vai minando aos poucos uma certa relação estável quando bastaria apenas olhar para o lado e realmente querer ouvir.

Mediocridade

Esse caso é pior, pois não há nada a se fazer. Ser mediocre está determinado e é uma idéia para todo o tempo. É uma seara não discutível e sem retorno. Não basta querer retirar uma idéia medíocre quando ela já está tão intrínseca em uma pessoa, não bastam os ditos amigos, nem uma força opositora quando um certo indivíduo está em parcimônia com o que faz. Diz-se diferente, mas o que o difere dos demais? Não são palavras bonitas recortadas e coladas em acordo com o que os outros querem saber, mas sim uma auto-realização - coisa que não se nota. Para o medíocre basta as coisas estarem como estão, qualquer coisa que passe pela sua limitada borda de satisfação pessoal logo é descartada. Querendo se encaixar no contexto do grupo, buscando elementos externos, compactua com as opiniões, deixando de lado uma real mudança de comportamento para uma suposta evolução, já que está muito arraigado a certos valores.

Nulidade

Frente a todos esses costumes adquiridos pelos demais, basta você se abster, deixar isso de lado. Deixe com que o egocêntrico, o medíocre e o super-homem divirtam-se sozinhos. Siga sua vida, mas não esqueça os elementos da corrente - apenas os deixe de lado e busque algo melhor e menos tedioso até eles crescerem.

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