quinta-feira, 19 de agosto de 2010

cuspir ou engolir?

Se eu cuspo é por que eu não consigo engolir. E se tem uma coisa que eu não consigo engolir hoje em dia são as pessoas. Elas descem entaladas pela garganta. Não é nem como aquele gole de brandy, que desce rasgando, é algo além; intragável. Mas não é o intragável como o cigarro vagabundo de pedreiro que se compra por alguns cobres em qualquer boteco. É algo muito mais baixo. Agem elas de propósito ao serem assim tão pouco interessantes? Não sei. Oque sei é que é triste. Corpos tão belos, cruzando as minhas vistas, mas poucos atratívos que façam meus olhos (e por que não o meu corpo?) lembrar por apenas uma misera noite de volúpia. Não que seja algo decepcionante, já que a massa é massa. Compartilho com a massa os meus pensamentos na maioria do tempo, mas outra coisa é ter que compartilhar, e querer ter isso por uma eternidade. Posso dizer que é decepcionante, no mínimo.

Quando digo eternidade sou sério, por que todos querem viver para sempre, e, principalmente, amar para sempre. Mas das muitas coisas que eu já me convenci, uma dela é que amar não é para sempre. É mais fácil amar uma casquinha de sorvete do que um outro ser humano pensante durante a nossa eterna vida. Não estou falando de morte, pois morte é uma coisa muito além, e eu não consigo acreditar na vida depois dela. É mais fácil pensar que somos todos um saco de m* ambulante, isso não é negativo, ao menos, pensamos, ou, supostamente alguns pensam (penso OU finjo que o faço).

Certa vez conversava com uma professora - muito inteligente e interessante, por sinal - e discutíamos sobre ser alheio as coisas da vida. Seria melhor ser um burro feliz ou um inteligente infeliz? Ambas respostas eram una: um inteligente infeliz. Mas no fundo eu não sei bem ao certo se não gostaria de ser um burro feliz, já que tantos o são e não ligam. Pego como exemplo as pessoas que não conhecem uma coisa e logo vão a descriminando. Burras. A idiocracia impera sobre a democracia (que também é burra por sinal, mas isso é coisa para outra conversa...) Como dizia Frank Zappa: "O elemento mais abundante não é o hidrogênio, mas sim a ignorância." Compartilho esse pensamento. A ignorância é tal como o verão: um monte de gente suada dançando músicas de gosto duvidoso em um latão de lixo, felizes apenas com a dança, não com no que estão pisando ou fazendo.

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