quinta-feira, 29 de julho de 2010

na borges

Ele estava atravessando a rua enquanto acendia o cigarro. Veio o ônibus e Blan! acertou em cheio.

Eu sempre disse que o fumo iria matar ele um dia.

sábado, 24 de julho de 2010

para Moz


Acordo te procurando, e na cama os seus rastros
da paixão que era só chama
me olhando nos olhos, com o calor dos seus braços


Amos com as flores nos bolsos
esperando você para poder lhe dar
ligo o rádio e ouço sua voz, desligo para te imaginar.


Ando pelas ruas querendo que você me veja
sento num bar, acendo meu cigarro
e sozinho tomo a minha cerveja.


Espero alguém aparecer e me levar para a festa
mas não vejo motivo para aproveitar se não tenho você
pois oque eu mais quero está bem escrito na minha testa


Gastando minhas carícias, meus beijos em outros
fico pensando se não estou ficando louco
Morrendo devagar, pouco a pouco.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

banho

Nunca use cuecas. Elas apertam demais as partes intimas, além de ficarem sujas, velhas e fedorentas. Detesto lavá-las por isso não uso. Prefiro ficar com os sinos badalando que nem Notre Dame. Mas agora imagine um francês. Europeus não tem o hábito de tomar banho com tanta frequência assim como nós americanos. Por falar nisso, qual é a finalidade de tanto banho? Com esses problemas de aquecimento global e caralho à 4, nós não deveríamos economizar os mananciais de água potável do mundo? Que hipocrisia nossa, hein. Os indivíduos que habitam o velho continente pouco ligam para banho, e não por conta das baixas médias de temperatura, mas sim por conta de que água potável na Europa tem um preço elevadíssimo em comparação a nós, já que lá as reservas são bastante limitadas e de grande custo de manutenção. O general Napoleão Bonaparte, grande estadista francês que sabia bem das coisas; contam os historiadores que ele pedia a sua esposa Maria Antonieta que não tomasse banho por que "gostava que ela mantivesse o seu odor natural". Muito cômodo são as roupas descartáveis: colarinhos de camisas, meias, fraldas, camisinhas etc. Usa-se uma ou duas vezes e joga fora.


Existe um relato de Jim Morrisson, legendário vocalista do grupo The Doors, que, ao encontrar um prostituto num parque começou a conversar com ele. Entre um dos assuntos o rapaz comentou o fato de nunca usar roupa íntima já que não era prático por conta de sua profissão. Depois disso Jim Morrisson nunca mais usou roupa de baixo.

Sou a favor da higiene corporal, já que previne vários males contra a saúde. Também sou a favor de tomar uma ducha naqueles dias tórridos de verão em que a temperatura beira os 40 graus Celsius. Mas sou totalmente contra aquela velha história em que a mãe fala para o filho tomar banho antes de fazer determinada coisa. Eu sofri muito com isso na minha infância e acredite, é uma ditadura. Sempre fui um garoto muito asseado, não tinha chulé, ao contrário das demais crianças. Talvez isso no meu sub-consciênte tenha despertado uma raiva por tomar banho, usar cueca, limpar as orelhas e agora como cresci - quase nada - tomei como causa detestar o chuveiro e usar cueca. É uma espécie de contracultura, assim como foi com os hippies anos atrás. Acho que puxei essa coisa de bicho-grilo do meu pai. Por outras vezes se enchia de perfume ou passavaMinancora no sovaco - essas histórias dele são sensacionais! - para não ficar cheirando mal. Era o jeito da época de camuflar o odor, como se isso realmente adiantasse, né.

Outra coisa que adotei e por conta disso estou em frequente litígio com a sociedade é o hábito de fumar. Tá certo que não é lá a coisa mais saudável, mas se eu quero dar minhas baforadas e encher os cofres da British American Tobacco é problema meu e do plano de saúde! Mas essa história fica pra depois...


Se fosse bom a expressão "vai tomar banho" não teria um carácter pejorativo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

starman

Às vezes ele sentia como se não fosse daquele mundo. Olhava para aquela estrela e se sentia vazio, esperando alguém vir buscá-lo. Como se a chuva que caía na noite fria fosse para ele. Se sentia uma astronauta que por mera coincidência do destino aterrisou naquele planeta cheio de vida, sem entender sua real função. Só que ele percebeu que era apenas da sua própria natureza achar aquilo. Terminou o cigarro e se deitou. Botou a cabeça no travesseiro mas não conseguiu dormir com todos aqueles pensamentos povoando sua mente. Tinha coisas demais, nada importante. Veio a manhã e finalmente conseguiu dormir. Sonhou mas não se lembrava do que era. Levantou, colocou a roupa, serviu uma xícara na cafeteira e foi mais uma vez trabalhar.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

vazios volteios virtuosos

É dia, como poucas vezes na minha vida

sua presença é o meu sol, alegria

nos momentos mais tristes,

por entre todas as nossas esfínges

é você que mais persiste.



Na sua presença ninguém desiste.

és forte e meiga, uma jovem guerreira,

nos momentos mais críticos é o coringa.

mas caso você erre com ela: é pedreira

cuidado com a menina; ela se vinga.



No "trabaio", no dia-dia: uma peste.

um amor de guria.


Se fosse viver mil anos que fosse ao lado dela;

Mariana, minha amada, a minha cinderela.



(como dizem os pobres: pode ser simples, mas é de coração, tá!)

Para você, de um amigo que te ama muito e não tem vergonha de dizer isso.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

resolvi criar esse espaço para postar as coisas que escrevo e não tenho coragem de botar no Hail To The King, Baby! já que lá o assunto é essencialmente comédia, e, muitos - senão a totalidade - dos meus pensamentos são mais "introspectivos". sem contar o fato de que nenhum dos colaboradores lá andam se animamando a postar algo novo.
posso dizer que isso aqui é para mim mesmo num trabalho por "baixo da profundidade" e cheio de vaidade. besos.

segunda-feira, 12 de julho de 2010



Ele estava sentado tomando um café quando avistou ela caminhando sozinha naquele vento de cortar. Já sabia por amigos próximos quem e qual era o seu nome: Thelema. Fingiu prestar atenção ao seu livro e acompanhou pelo canto do olho ela se aproximar. Tragou o cigarro pelo canto da boca e acendeu outro com o mesmo. Ela passou apressada pelo vidro e se perdeu na multidão em meio àquela tarde cinzenta. Droga. Deveria ter feito algum gesto para chamar a sua atenção, chamado a atendente ou coisa parecida para faze-la notá-lo.

Perdeu o foco no livro. Sua cabeça começou a ferver. Lembrava a todo instante daquela pinta acima de sua boca carnuda.

A expressão de frustração era evidente em seu rosto. Olhou para o vidro e viu a miragem dela olhando fixamente para ele - coisa que só acontece em filmes. Não era miragem. Ela batia no vidro com se quisesse falar com ele. Embasbacado, sem saber o que fazer, apontou a porta do café, convidando-a a entrar. Tragou forte o cigarro, apagou no cinzeiro e tomou um gole de chá.

- Por favor, sente-se!
- Eu só queria um cigarro.
- Ah! Err... Tudo, tudo bem!


A decepção foi óbvia. De imediato ela sentiu-se constrangida com aquilo. Queria remediar aquele mal-estar causado. Pegou o cigarro, acendeu e deu uma longa baforada.

- Que livro é esse?
- Você não queria só um cigarro? - Perguntou ele, já irritado.
- Sim sim, eu já estou indo...
- Não! Espere! Desculpe, não quis ser rude com você. - Disse também percebendo o que tinha falado.

Merda. Eu queria que ela viesse falar comigo, daí quando tá aqui eu enxoto ela para sair. O que há de errado comigo?


(...)


- Não é nada importante, são só alguns poemas baratos.
- Adoro poemas. Posso dar uma olhada?

Ele só ofereceu, dando os ombros.


Eles nunca haviam se falado antes, sabiam quem eram mas sempre se evitavam. Qual era o problema deles? Medo? Ódio? Que fosse amor...