sexta-feira, 17 de setembro de 2010

os recalques de sábado a noite


Sou uma pessoa que reclama de muitas coisas mas, apenas por reclamar. Se sou preconceituoso em algum momento não é por crueldade mas, sim porque percebo ser um tema tão ridículo de se comentar que uso o meu melhor humor: o irônico.

Adoro ironia. É algo baixo, vil, rude, e por isso mesmo cabe perfeitamente a ser usado em certas situações em que o óbvio não é notado (ou não?).

Mas dos poucos assuntos em que eu não uso nenhuma ironia ao falar é quando falo de Torres.

Ah, Torres! Por onde começar? São tantas as notas mentais colecionadas nesses 4 quase 5 anos em que fiquei preso na areia movediça. Cada vez que penso naquele lugar fico me perguntando porque esperei tanto tempo para ir embora. Nutro um asco terrível daquele lugar e agora vou dizer o porque. Ao contrário do que as pessoas falam, sim, isso é uma coisa bem pessoal.

Et urbis: Uma bela paisagem jogada as mãos de pessoas gananciosas onde,ao invés de se juntarem e lutar pelo progresso da comunidade, ficam se espezinhando e se metendo na vida alheia. Isso é coisa feia. O comércio só favorece as épocas de veraneio, a prefeitura não reconhece as necessidades da cidade; arruma a cidade apenas em períodos festivos e também no verão. Um dos IPTU's mais caros do litoral e não se vê retorno em benefício da cidade.

O que se vê: A máquina pública sendo administrada pelos mesmo barões de sempre, que cada vez ficam com os bolsos mais "GORDOS" - se me permitem a ironia não tão sutil.

Et societatis: Quando uma pessoa diz que quer prosperar em um ambiente, mas não liga para os demais não é de toda a força que ela é um tanto quanto egocêntrica; Mas também não quer dizer que ela pensa nessa situação se sobrepondo sobre os demais de uma forma mesquinha ou baixa, coisa que ocorre nos pequenos centros.
Todos se conhecem e sabem muito quais suas funções na sociedade, mas na nossa mais bela e anacrônica cidade do litoral gaúcho esse pensamento vai além, já que todos controlam sua vida mesmo não querendo que isso aconteça consigo.
Exemplo: Fato. "B" está tendo um relacionamento extra-conjugal com "A". Fato. Todos comentam que está acontecendo alguma coisa, todos sabem. Boato. A cidade comenta a situação. Conseqüência. Todos sabem menos os indivíduos. Fofoca baixa.
Isso quando as pessoas não criam intempéries de qualquer forma pelo desenvolvimento de gente da comunidade. É só ver aquele blog "Gossip Girl Torres". Não existe mais forma de não apego pela questão indivíduo e sua capacidade de ir e vir sem ter preocupação. É um policiamente constante do outro apenas para espezinhar e trazer benefício próprio. Mesmo que alguns falem que isso é o comportamento de apenas um indivíduo, eu digo que isso é o reflexo claro e deturpado de toda uma situação. Se jovens fazem isso sem com todo um desprendimento pelo próximo como não julgar os adulto, que provavelmente passam esse sentimento como o ideal, e, por analogia, incentivam para a perpetuação desse sentimento.
Quando falam que as pessoas fazem o mesmo em cidade grande e talvez com maior freqüência não discordo, mas então penso da seguinte forma: realmente isso pode acontecer, mas a diferença é que em uma metrópole existem mais pessoas, que se vêem menos e onde a opinião não é tão considerada como em um círculo menor. A opinião pessoal tem maior impacto do que a interna.

Por último, há um tempo atrás fiz uma lista dos locais em Torres e arredores e o seu "tipo específico de freqüentador". A lista está desatualizada, mas refletia o sentimento da época.

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GUIA DA VIDA SOCIAL DE TORRES

" - ...Hum? Que vida, amigo?"

Ahhh, a Cidade de Torres!. Você deve estar pensando nas belas praias cheias daquela areia que entra na sua cueca quando você entra naquele lindo mar marrom-chocolatão, mas saiba que não é só isso que Sim, esse imperdível utilitário para você desbravar a vida social nesta que é, de fato, a mais bela praia gaucha.
Claro que este artigo não foi escrito pela Revista Veja, mas você também não deve acreditar cegamente sobre tudo que está descrito nele.
Deste lugar abandonado pelos porto-alegrenses, infestado de caxienses e aproveitado pelos argentinos que não tem virtù (dinheiro) de ir até Canasvieiras.


Pub da Ilha - Lugar do pagode. Basicamente é isso.
Nivel social: médio, varia conforme o dia.
Musica que toca: Pagode, Dãã!



Bulldog - Local aberto perto da praia onde as pessoas vão relaxar após um dia de surf nos Molhes. Aberto apenas no verão.
Nivel social: médio-alto.
Musica que toca: surf music.



Bora Bora - Antigo Dado Bier, casa de mais tradição na cidade. No verão é visto todo tipo de elemento freqüentando a casa, até existe um certo nível. Durante o inverno total decadência. Lugar onde a Rafa se reúne...
Nivel social: baixo, comem mocotó e arrotam caviar.
Musica que toca: Qualquer uma, ninguém está ligando mesmo.



Bandolo’s - O local alternativo de Torres. Roqueiros e similares se agrupam nas proximidades para beber um whisky do papai e se achar o tal. Bebem muito, brigam e choram, mas ninguém come ninguém.
Nivel social: playboys metidos a punk.
Musica que toca: Roquenrou, cara! Mas se você fala sobre Led Zeppelin perguntam que raça de cachorro é essa.



Seven - Fora da cidade, só vai quem tem carro ou pede carona. Lugar inóspito, ideal para desovar corpos ao longo da praia e do matagal.
Nivel social: médio, mas quem tem um Chevette consegue chegar.
Musica que toca: 1º piso funk das popozudas, 2ª piso um pagode maroto.
Dica extra: existe uma carrocinha de cachorro quente que consegue, por incrível que pareça, fazer com que uma simples iguaria como um cachorro-quente seja digamos... intragável.


Balonismo- A pergunta nunca é “quem vai tocar esse ano no festival?” mas sim “quem vai morrer esse ano no festival?”



Saloon - O nome é bem sugestivo, afinal de contas, é lá que você deve ir se curte azarar tias pistoleiras. Aconselhável pra quem tá na casa dos 30.
Nivel social: Pessoal mais velho bem resolvido e gente da grota.
Musica que toca: 80's, rock, música folk brasileira, vulgo sertanejo. Nesse caso sertanejo-universiotário.



Jaws - Antigo Alemão Nei



Posto Pitt Stop - Se não tem nenhuma opção na noite, venha para o Pitt, tome um pouco de álcool, aspirando vapores de enxofre e ouvindo os ultimos hits de todos os tempos da última semana.
Nivel social: qualquer um que tenha grana pra comprar bebida na loja de convêniencias, que diga-se de passagem, é bem careira.
Musica que toca: Os dos sons dos carros.



Sapo - A diversão da rapazeada, a Tia Carmem do litoral norte. Sacou?
Nivel social - Se tem grana não importa.
Musica que toca - Literalmente, "bate-coxa".



Prainha - Se num domingo de tarde você está em solo torraquêo só existe duas palavras a serem ditas: CHIMAS NA PRAINHA. Se você não tem nenhuma certeza em sua vida tenha essa apenas, lá você encontra todo mundo. Há quem diga que é uma versão torrense da Redenção, uma comparação feita dentro das suas devidas proporções.
Nivel social - Tamo junto e misturado.
Musica que toca - Desde psy até Leandro & Leonardo.



Vosso Pão - Se tal coisa fosse a tarde na prainha, o complemento de pararã seria ir na padaria Vosso Pão. Um fluxo tão grande toma conta da cidade e todos os caminhos levam a comer um folhado de frango com requeijão. Mas é claro que na verdade todo mundo vai mesmo é pra fazer o social.
Nivel social - Qualquer um que tenha dinheiro para o folheado de frango com catupiry.
Musica - O barulho da registradora e das bocas abrindo e fechando.


Existem ainda outro lugares em cidades próximas, mas estes, estão a anos-luz de manter um certo nível ou média de publico por mais do que alguns eventos.


Estes são points de maior expressão da localidade porque, normalmente "forças ocultas" da cidade, como disse outrora Leonel Brizolla, acarretam o fechamento de qualquer novo boteco.


"Torres : A mais bela cidade anacrônica do litoral norte gaúcho."

1 comentários:

Mariana Ribeiro disse...

Boa, boa, Caio! AHAHAHA.

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